por Adriana Scartaris
Existem almas gêmeas?
imagem ilustrativa - banco de imagens |
Bem, antes de responder esta
pergunta, vale saber um pouco sobre o mito das almas gêmeas.
Platão em sua obra O Banquete,
dedicada ao amor, conta o relato de Aristófanes, um dos convidados para a ceia.
Durante a ceia, cada um dos convidados faz um elogio ao deus Eros (deus do
amor). O discurso de Aristófanes se imortalizou como a mais bela descrição que
explica a Alma Gêmea.
Conta Aristófanes, que a
natureza humana não era originalmente composta por homens e mulheres; havia
também um terceiro ser, o andrógino, com uma metade masculina e outra feminina.
Estes seres tinham duas faces
idênticas, opostas uma à outra sobre um único pescoço. As costas e costelas
eram unidas; tinham um único crânio e as partes genitais eram duplicadas.
Andavam de forma ereta e corriam girando como uma estrela usando seus oito
membros. Tais seres eram dotados de uma força incrível. Eram os Andróginos:
Homem (andros) e Mulher (gynos). Seres quase perfeitos, filhos do Sol, da Terra
e da Lua. Copulavam com a Terra (a mãe natureza).
Esta força os levou à
acreditar que poderiam atacar os deuses do Olimpo. Como castigo, Zeus, o deus
supremo, resolveu cortá-los ao meio para enfraquecê-los. Virou seus rostos para
a frente com o objetivo de que sempre vissem suas metades separadas. Ficaram
assim parecidos com os dois primeiros sexos (homem e mulher) mas não eram mais
seres inteiros; sentiam-se fracos e vazios.
Estava então separada a
natureza humana. As duas metades estavam sempre à procura uma da outra e ao se
encontrarem, estendiam os braços e se agarravam no desejo de conseguir
novamente a união. Permaneciam assim, unidos e morriam de fome e tristeza pois
não queriam fazer mais nada com medo de serem novamente separados.
Zeus, com pena, deslocou-lhes
o sexo para frente, onde estavam seus rostos; colocou o desejo em sua natureza
para que pudessem se reproduzir entre si. Esta união propagou a raça humana.
Desde então o amor nasce entre os humanos que buscam sempre sua outra metade na
intenção de corrigir a natureza humana original pois, somente o reencontro com
sua antiga metade em um abraço, pode acabar com a eterna busca por sentirem-se
novamente inteiros.
O belo mito das almas gêmeas
nos faz refletir. O que seria uma alma gêmea nos dias de hoje?
Impossível pensar em um outro
ser pronto que se encaixe perfeitamente conosco, que seja a outra metade
perfeita de nossa natureza. Esta alma gêmea não existe mais em nossos tempos.
Hoje a alma gêmea é construída
voluntariamente no desejo de transformação das duas metades, que podem se
tornar um único ser como no mito grego.
Hoje, vivemos a real
possibilidade de conhecer várias “almas gêmeas” em nossas vidas. Sobretudo
porque temos a possibilidade de transformação com o passar dos tempos.
Para encontrar a alma gêmea,
devemos antes encontrá-la dentro de nós mesmos. Encontraremos então um ser
completo, formado de duas partes complementares como em nossas origens. E,
possivelmente então, teremos a grande força dos seres mitológicos.
Dentro de cada um de nós
existe um lado masculino, ativo, expressivo (YANG) e outro lado feminino,
intuitivo, passivo, sentimental (YIN) que devem realmente se “casar”. Quando o
casamento é perfeito, ou seja, masculino e feminino (Yin e Yang) convivem em
harmonia, a natureza humana está restaurada e o verdadeiro equilíbrio se
instala dentro de cada um. Daí, acompanhados de nossa verdadeira alma gêmea,
podemos atrair o que já existe dentro de nós: Equilíbrio!
Na decoração e design podemos
nos apropriar de conceitos de terapias espaciais para criar os cenários que
ativam o amor.
O Feng Shui, trata do amor na
área dos Relacionamentos. O amor em questão pode ser tratado como amor
universal, como amor fraternal e como amor entre casais. Também podemos tratar
a área dos Relacionamentos dando enfoque à paixão.
Normalmente quando falamos em
Relacionamentos, pensamos logo em amor.
Segundo o Feng Shui, o
elemento que rege a área dos Relacionamentos é TERRA. É ele que confere força
moral, receptividade e estabilidade.
Para ativar este elemento,
podemos utilizar alguns recursos na ambientação como: tijolos e telhas,
utensílios de cerâmica, objetos de arte feitos de barro, formas quadrada ou
retilínea, cores amarelo e tons terra.
Ativar o elemento Terra na
área dos Relacionamentos, sempre trará estabilidade e solidez.
Podemos também lançar mão das
cores. Para ativar a paixão, podemos lançar mão do vermelho, sua cor mais
marcante. Para ativar o amor fraternal, o branco é o mais indicado. Para ativar
o amor romântico, tons de rosa.
Objetos em par também ativam
os Relacionamentos.
Iluminação suave e
aconchegante cria um ambiente leve e sensual. Iluminação mais forte ativa a
energia e de acordo com o perfil de cada um , pode ativar o amor próprio.
Seja qual for seu objetivo, é
importante ativar a área dos Relacionamentos com muita atenção, pois nossas
vidas são talhadas em conquistas de amigos, amores, parceiros de trabalho,
família e as relações interpessoais, por serem muito importantes para nosso
aprendizado e enriquecimento, nos são sempre preciosas.
Todo o meu trabalho de design
de interiores é baseado na aplicação sutil de todas as técnicas de terapias
espaciais que venho aprendendo ao longo da minha carreira e lhe garanto que,
trazem equilíbrio ao ambiente e preparam a cena para o sucesso de seus
ocupantes.
texto: Adriana Scartaris
www.adrianascartaris.com.br